quinta-feira, 27 de dezembro de 2012


Saúde e indústria de alimentos fazem 

novo acordo para reduzir sódio


Elemento presente no sal é um dos responsáveis pela pressão alta. Temperos, caldos, cereais matinais e margarinas serão alterados.



O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) assinaram nesta terça-feira (28) um acordo para reduzir o sódio nos alimentos industrializados no Brasil.
O documento estabelece que temperos, caldos, cereais matinais e margarinas devem ter menor quantidade do elemento. A redução será feita aos poucos, até chegar à meta em 2015
O sódio faz aumentar a pressão do sangue, e a hipertensão arterial é um problema de saúde crescente no Brasil. Dados recentes do Ministério da Saúde estimam que 22,7% dos adultos brasileiros sofram com o problema, que aumenta o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
O sal é a principal fonte de sódio da nossa alimentação, mas ele não se encontra apenas nos alimentos salgados. Na indústria alimentícia, é usado muitas vezes como um conservante, e aparece até mesmo em bolos e biscoitos doces.
Essa é a terceira etapa do acordo entre o Ministério e a Abia pela redução do sódio nos alimentos. Anteriormente, macarrões instantâneos, bisnagas, pão de forma, pão francês, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batatas fritas, biscoitos e maionese já tinham perdido quantidades relevantes de sódio. A previsão do governo é retirar mais de 20 mil toneladas do elemento nas prateleiras do país com esses três acordos até o ano de 2020.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece o limite diário de consumo de sódio em 2 gramas – o que corresponde a 5 gramas de sal. No entanto, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os brasileiros consomem, em média, 12 gramas de sal por dia.
ProdutoTeor máximo atualMeta 2013Meta 2015
Caldo líquido ou em gel997 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo928 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo865 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo
Caldo em pó ou em cubo1.247 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo1.100 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo1.025 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para  consumo
Tempero em pasta40.700 mg de sódio / 100 g do produto37.901 mg de sódio / 100 g do produto33.134 mg de sódio / 100 g do produto
Tempero para arroz33.800 mg de sódio / 100 g do produto32.927 mg de sódio / 100 g do produto32.076 mg de sódio / 100 g do produto
Demais temperos25.960 mg de sódio / 100 g do produto23.775 mg de sódio / 100 g do produto21.775 mg de sódio / 100 g do produto
Margarina vegetal1.660 mg de sódio / 100 g do produto1.089 mg de sódio / 100 g do produto715 mg de sódio / 100 g do produto
Cereais matinais677 mg de sódio / 100 g do produto579 mg de sódio / 100 g do produto418 mg de sódio / 100 g do produto

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


Nutritiva, folha de beterraba 

pode ser usada em bolinhos



Muitas vezes descartada pelos chefs da cozinha, a folha de beterraba contém segredos nutritivos e dá um toque diferente em recheios, purês, sopas e omeletes.
Rica em vitaminas do complexo B, potássio, cálcio, ferro e vitamina C, é considerada um alimento funcional.

Aproveite os benefícios e o baixo custo para inovar o cardápio.

A receita é uma das 31 integrantes do livro "Gourmet & Sustentável: cozinhando com as partes não convencionais dos alimentos" (ed. Cooklovers), da ONG Banco de Alimentos , de Luciana Quintão, integrante da Rede Folha de Empreendedores Sociais (veja serviço abaixo).
O site Empreendedor Social mostra, semanalmente, uma receita sustentável.

Se você conhece alguma e deseja compartilhar, envie para o endereço eletrônicoempreendedorsocial@grupofolha.com.br. Sua receita pode ser publicada e contribuir para a cultura do reaproveitamento de alimentos e combate ao desperdício em nosso país.

Bolinhos de Folhas de Beterraba
Ingredientes:
1 copo (americano) de folhas de beterraba e picadas;
2 ovos;
5 colheres (sopa) de farinha de trigo;
2 colheres (sopa) de água;
½ cebola picada;
Sal a gosto.
Preparo:
Bater bem os ovos e misturar os outros ingredientes. Assar os bolinhos em forno médio (200ºC) por aproximadamente 30 minutos.
Rendimento: 10 porções pequenas

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

SEIS DICAS PARA SEUS 
ALIMENTOS NÃO ESTRAGAREM



Organização de cardápio e cozinha é fundamental.

Às vezes, alimentos ficam esquecidos na geladeira ou no armário e quando percebemos é muito tarde para uma operação de resgate. Veja 6 dicas para organizar sua cozinha e evitar que alimentos se estraguem:

1. Não jogue os alimentos que já estavam na geladeira para trás quando comprar produtos novos. Manter os alimentos mais antigos na frente faz com que sejam vistos e, possivelmente, consumidos antes também.
2. Não estoque grandes quantidades e, sempre que for fazer a “compra do mês”, confira a validade dos produtos, principalmente os que não irão ser consumidos logo.
3. Tente manter os alimentos organizados, acessíveis e visíveis. Os cantos escuros do armário são uma grande armadilha para os alimentos estragarem.
4. Tente planejar um cardápio para semana usando os produtos que você já tem em casa.
5. Limpe armários, prateleiras e geladeira pelo menos uma vez por mês, tirando os produtos que já podem estar estragados e separando aqueles que devem ser usados logo.
6. Planeje a sua compra. Pense nas refeições que irá preparar e na quantidade de alimento necessária para isso. Olhe também o que já tem em casa para não comprar itens repetidos sem necessidade.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

                   Alimentos orgânicos para as crianças na escola


A merenda orgânica, assim como as hortas, são cada vez mais freqüentes nas instituições de ensino. Além de terem uma alimentação mais saudável, seus filhos aprendem a respeitar a natureza.


Você já sabe que uma alimentação saudávelé fundamental para seu filho. Mas, você sabia que essa busca já chegou também às escolas brasileiras? Em Palmeira (PR), Jundiaí (SP) e Pelotas (RS), entre outras cidades, as crianças recebem merenda 100% orgânica, com alimentos comprados ou produzidos na horta do colégio. 

A tendência é que outros municípios, cada vez mais, sigam o exemplo. Em São Paulo, a lei nº 14.249, de 8 de dezembro de 2006, criou o Programa de Merenda Escolar Ecológica. Este projeto prevê a inserção de alimentos produzidos, de preferência, no município e de acordo com normas orgânicas em escolas da rede municipal de ensino. Nem todas as instituições participam do projeto, mas o objetivo é que, gradativamente, todas ofereçam legumes, frutas e verduras produzidos de maneira ecológica. Outra iniciativa, de alcance nacional, é o projeto de lei (PL nº 2877/2008), ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, que privilegia alimentos vindos da agricultura familiar, também cultivados de forma mais ecológica. 
Para Fernando Augusto de Souza, coordenador-geral do Centro de Pesquisa da Fundação Mokiti Okada, a inserção de orgânicos na merenda é um desafio na área de sustentabilidade. “Muita gente ainda não se deu conta dos benefícios deste tipo de alimentação”, diz. Há três anos, ele coordena um projeto em uma escola estadual na região de Parelheiros, em São Paulo, em que legumes e verduras são cultivados em uma horta cuidada pelos próprios alunos. Atualmente, cerca de 50% da merenda é orgânica, sendo que parte vem desta horta e o que falta é comprado. Mas é preciso entender que os benefícios vão além da saúde. “As crianças se aproximam da natureza e aprendem a respeitá-la. É uma questão de aprender fazendo”, diz. Ao todo, são cerca de mil crianças atingidas pelo projeto, entre 7 e 11 anos. No ano que vem, a proposta é envolver mais os pais, levando-os à escola. 
Outro benefício de ter uma horta na escola é a capacidade de trabalhar múltiplas disciplinas. “A professora de Português aproveitou para produzir um livro de receitas, enquanto a de Ciências utiliza a horta para explicar sobre os nutrientes. Já a de matemática aproveita as dimensões da horta para ensinar medidas e operações de multiplicação e divisão”, diz Souza. 

Entre os colégios particulares, a iniciativa também acontece. Um destes é o Colégio Global, em São Paulo, que há 4 anos oferece merenda orgânica para alunos do maternal ao ensino médio. “O objetivo é que as famílias tenham hábitos mais saudáveis de alimentação, e para isso, nada melhor do que começar desde cedo”, diz Eliana de Barros Santos, diretora do colégio. Para incentivar a criançada, há uma pequena horta e um pomar, com cenouras, pés de amora, pitanga e acerola, que, apesar de não serem voltados ao abastecimento da merenda, é importante para a educação ambiental dos alunos, a partir da educação infantil. A merenda ainda não é 100% orgânica. “A quantidade depende do que conseguimos dos fornecedores; às vezes são apenas legumes e verduras, em outras vezes, também frutas”, diz Eliana. 

Quem estudou a inserção de orgânicos na merenda escolar é a pesquisadora Ana Flavia Borges Badue, diretora do Instituto Kairós, que atua com educação para o consumo responsável, e autora de uma dissertação de mestrado sobre o tema pela Faculdade de Saúde Pública da USP. “O abastecimento da escola com hortaliças e frutas orgânicas, aliado à horta pedagógica, promove um interesse maior dos alunos em consumir produtos mais saudáveis”, diz. Ela defende estratégias que as escolas podem ter para despertar o interesse dos alunos. “Não se deve apenas falar dos benefícios de uma alimentação saudável na sala de aula. É preciso vivenciá-la, seja na merenda ou na cantina. O exemplo prático é sempre o meio mais eficaz de aprendizagem”, fala. Portanto, se a escola do seu filho ainda não aderiu aos orgânicos, sugira a criação de um espaço verde. 

Para a pesquisadora, não há uma fórmula pronta para a introdução dos orgânicos nas escolas e ainda há muito a fazer. Ela destaca a necessidade de políticas públicas de apoio, já que grande parte dos agricultores ainda realiza o cultivo da forma convencional (como, por exemplo, na região de Parelheiros, em que ela estudou). “Muitos precisam de estímulo para converter o modo de produção para o orgânico, como ter formação e assistência técnica constante, além de ajuda para se organizarem e atenderem mercados institucionais (como no caso da merenda)”, fala.
(Matéria Publicada pela REVISTA CRESCER - Editora Globo)