quinta-feira, 27 de dezembro de 2012


Saúde e indústria de alimentos fazem 

novo acordo para reduzir sódio


Elemento presente no sal é um dos responsáveis pela pressão alta. Temperos, caldos, cereais matinais e margarinas serão alterados.



O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) assinaram nesta terça-feira (28) um acordo para reduzir o sódio nos alimentos industrializados no Brasil.
O documento estabelece que temperos, caldos, cereais matinais e margarinas devem ter menor quantidade do elemento. A redução será feita aos poucos, até chegar à meta em 2015
O sódio faz aumentar a pressão do sangue, e a hipertensão arterial é um problema de saúde crescente no Brasil. Dados recentes do Ministério da Saúde estimam que 22,7% dos adultos brasileiros sofram com o problema, que aumenta o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
O sal é a principal fonte de sódio da nossa alimentação, mas ele não se encontra apenas nos alimentos salgados. Na indústria alimentícia, é usado muitas vezes como um conservante, e aparece até mesmo em bolos e biscoitos doces.
Essa é a terceira etapa do acordo entre o Ministério e a Abia pela redução do sódio nos alimentos. Anteriormente, macarrões instantâneos, bisnagas, pão de forma, pão francês, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batatas fritas, biscoitos e maionese já tinham perdido quantidades relevantes de sódio. A previsão do governo é retirar mais de 20 mil toneladas do elemento nas prateleiras do país com esses três acordos até o ano de 2020.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece o limite diário de consumo de sódio em 2 gramas – o que corresponde a 5 gramas de sal. No entanto, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os brasileiros consomem, em média, 12 gramas de sal por dia.
ProdutoTeor máximo atualMeta 2013Meta 2015
Caldo líquido ou em gel997 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo928 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo865 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo
Caldo em pó ou em cubo1.247 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo1.100 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para consumo1.025 mg de sódio / 250 mL do produto pronto para  consumo
Tempero em pasta40.700 mg de sódio / 100 g do produto37.901 mg de sódio / 100 g do produto33.134 mg de sódio / 100 g do produto
Tempero para arroz33.800 mg de sódio / 100 g do produto32.927 mg de sódio / 100 g do produto32.076 mg de sódio / 100 g do produto
Demais temperos25.960 mg de sódio / 100 g do produto23.775 mg de sódio / 100 g do produto21.775 mg de sódio / 100 g do produto
Margarina vegetal1.660 mg de sódio / 100 g do produto1.089 mg de sódio / 100 g do produto715 mg de sódio / 100 g do produto
Cereais matinais677 mg de sódio / 100 g do produto579 mg de sódio / 100 g do produto418 mg de sódio / 100 g do produto

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


Nutritiva, folha de beterraba 

pode ser usada em bolinhos



Muitas vezes descartada pelos chefs da cozinha, a folha de beterraba contém segredos nutritivos e dá um toque diferente em recheios, purês, sopas e omeletes.
Rica em vitaminas do complexo B, potássio, cálcio, ferro e vitamina C, é considerada um alimento funcional.

Aproveite os benefícios e o baixo custo para inovar o cardápio.

A receita é uma das 31 integrantes do livro "Gourmet & Sustentável: cozinhando com as partes não convencionais dos alimentos" (ed. Cooklovers), da ONG Banco de Alimentos , de Luciana Quintão, integrante da Rede Folha de Empreendedores Sociais (veja serviço abaixo).
O site Empreendedor Social mostra, semanalmente, uma receita sustentável.

Se você conhece alguma e deseja compartilhar, envie para o endereço eletrônicoempreendedorsocial@grupofolha.com.br. Sua receita pode ser publicada e contribuir para a cultura do reaproveitamento de alimentos e combate ao desperdício em nosso país.

Bolinhos de Folhas de Beterraba
Ingredientes:
1 copo (americano) de folhas de beterraba e picadas;
2 ovos;
5 colheres (sopa) de farinha de trigo;
2 colheres (sopa) de água;
½ cebola picada;
Sal a gosto.
Preparo:
Bater bem os ovos e misturar os outros ingredientes. Assar os bolinhos em forno médio (200ºC) por aproximadamente 30 minutos.
Rendimento: 10 porções pequenas

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

SEIS DICAS PARA SEUS 
ALIMENTOS NÃO ESTRAGAREM



Organização de cardápio e cozinha é fundamental.

Às vezes, alimentos ficam esquecidos na geladeira ou no armário e quando percebemos é muito tarde para uma operação de resgate. Veja 6 dicas para organizar sua cozinha e evitar que alimentos se estraguem:

1. Não jogue os alimentos que já estavam na geladeira para trás quando comprar produtos novos. Manter os alimentos mais antigos na frente faz com que sejam vistos e, possivelmente, consumidos antes também.
2. Não estoque grandes quantidades e, sempre que for fazer a “compra do mês”, confira a validade dos produtos, principalmente os que não irão ser consumidos logo.
3. Tente manter os alimentos organizados, acessíveis e visíveis. Os cantos escuros do armário são uma grande armadilha para os alimentos estragarem.
4. Tente planejar um cardápio para semana usando os produtos que você já tem em casa.
5. Limpe armários, prateleiras e geladeira pelo menos uma vez por mês, tirando os produtos que já podem estar estragados e separando aqueles que devem ser usados logo.
6. Planeje a sua compra. Pense nas refeições que irá preparar e na quantidade de alimento necessária para isso. Olhe também o que já tem em casa para não comprar itens repetidos sem necessidade.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

                   Alimentos orgânicos para as crianças na escola


A merenda orgânica, assim como as hortas, são cada vez mais freqüentes nas instituições de ensino. Além de terem uma alimentação mais saudável, seus filhos aprendem a respeitar a natureza.


Você já sabe que uma alimentação saudávelé fundamental para seu filho. Mas, você sabia que essa busca já chegou também às escolas brasileiras? Em Palmeira (PR), Jundiaí (SP) e Pelotas (RS), entre outras cidades, as crianças recebem merenda 100% orgânica, com alimentos comprados ou produzidos na horta do colégio. 

A tendência é que outros municípios, cada vez mais, sigam o exemplo. Em São Paulo, a lei nº 14.249, de 8 de dezembro de 2006, criou o Programa de Merenda Escolar Ecológica. Este projeto prevê a inserção de alimentos produzidos, de preferência, no município e de acordo com normas orgânicas em escolas da rede municipal de ensino. Nem todas as instituições participam do projeto, mas o objetivo é que, gradativamente, todas ofereçam legumes, frutas e verduras produzidos de maneira ecológica. Outra iniciativa, de alcance nacional, é o projeto de lei (PL nº 2877/2008), ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, que privilegia alimentos vindos da agricultura familiar, também cultivados de forma mais ecológica. 
Para Fernando Augusto de Souza, coordenador-geral do Centro de Pesquisa da Fundação Mokiti Okada, a inserção de orgânicos na merenda é um desafio na área de sustentabilidade. “Muita gente ainda não se deu conta dos benefícios deste tipo de alimentação”, diz. Há três anos, ele coordena um projeto em uma escola estadual na região de Parelheiros, em São Paulo, em que legumes e verduras são cultivados em uma horta cuidada pelos próprios alunos. Atualmente, cerca de 50% da merenda é orgânica, sendo que parte vem desta horta e o que falta é comprado. Mas é preciso entender que os benefícios vão além da saúde. “As crianças se aproximam da natureza e aprendem a respeitá-la. É uma questão de aprender fazendo”, diz. Ao todo, são cerca de mil crianças atingidas pelo projeto, entre 7 e 11 anos. No ano que vem, a proposta é envolver mais os pais, levando-os à escola. 
Outro benefício de ter uma horta na escola é a capacidade de trabalhar múltiplas disciplinas. “A professora de Português aproveitou para produzir um livro de receitas, enquanto a de Ciências utiliza a horta para explicar sobre os nutrientes. Já a de matemática aproveita as dimensões da horta para ensinar medidas e operações de multiplicação e divisão”, diz Souza. 

Entre os colégios particulares, a iniciativa também acontece. Um destes é o Colégio Global, em São Paulo, que há 4 anos oferece merenda orgânica para alunos do maternal ao ensino médio. “O objetivo é que as famílias tenham hábitos mais saudáveis de alimentação, e para isso, nada melhor do que começar desde cedo”, diz Eliana de Barros Santos, diretora do colégio. Para incentivar a criançada, há uma pequena horta e um pomar, com cenouras, pés de amora, pitanga e acerola, que, apesar de não serem voltados ao abastecimento da merenda, é importante para a educação ambiental dos alunos, a partir da educação infantil. A merenda ainda não é 100% orgânica. “A quantidade depende do que conseguimos dos fornecedores; às vezes são apenas legumes e verduras, em outras vezes, também frutas”, diz Eliana. 

Quem estudou a inserção de orgânicos na merenda escolar é a pesquisadora Ana Flavia Borges Badue, diretora do Instituto Kairós, que atua com educação para o consumo responsável, e autora de uma dissertação de mestrado sobre o tema pela Faculdade de Saúde Pública da USP. “O abastecimento da escola com hortaliças e frutas orgânicas, aliado à horta pedagógica, promove um interesse maior dos alunos em consumir produtos mais saudáveis”, diz. Ela defende estratégias que as escolas podem ter para despertar o interesse dos alunos. “Não se deve apenas falar dos benefícios de uma alimentação saudável na sala de aula. É preciso vivenciá-la, seja na merenda ou na cantina. O exemplo prático é sempre o meio mais eficaz de aprendizagem”, fala. Portanto, se a escola do seu filho ainda não aderiu aos orgânicos, sugira a criação de um espaço verde. 

Para a pesquisadora, não há uma fórmula pronta para a introdução dos orgânicos nas escolas e ainda há muito a fazer. Ela destaca a necessidade de políticas públicas de apoio, já que grande parte dos agricultores ainda realiza o cultivo da forma convencional (como, por exemplo, na região de Parelheiros, em que ela estudou). “Muitos precisam de estímulo para converter o modo de produção para o orgânico, como ter formação e assistência técnica constante, além de ajuda para se organizarem e atenderem mercados institucionais (como no caso da merenda)”, fala.
(Matéria Publicada pela REVISTA CRESCER - Editora Globo)


segunda-feira, 5 de novembro de 2012



GORDURAS RUINS X GORDURAS BOAS 



Quem não conhece alguém que tem colesterol alto? Ou quem não conhece alguém que diz engordar apenas na barriga? É, parece que são coisas impossíveis de não ter para quem gosta de deliciar-se com as mais diversas e saborosas comidas; que muitas vezes são cheias de gorduras. Mas nem tudo está perdido. Vamos entender para que servem as gorduras e as diferenças entre elas. Gorduras são super importantes para o organismo. Entre as suas funções podemos destacar três, sendo elas:
são responsáveis por manter a temperatura do nosso corpo;
por proteger contra choques mecânicos;
por produzir nossos hormônios.


Imaginem a bagunça que seria em nosso organismo se não tivessemos hormônios. Mas se elas são tão importantes, por quê geram conseqüências tão desastrosas para o nosso organismo? Para responder a essa pergunta vamos entender as diferenças entre as gorduras:
  • Gorduras saturadas: são as gorduras de origem animal. São consideradas as gorduras ruins para o nosso organismo. São responsáveis por elevar o colesterol LDL que podem levar aos problemas cardíacos. Então, sempre que pensamos em um animal, temos que saber que sua gordura é ruim para a nossa saúde. Exemplos: o leite vem da vaca, que por sua vez é um animal, e portanto sua gordura é ruim para a nossa saúde. Um copo de leite integral possui 6g de gorduras, sendo de 3g a 4g somente de gordura ruim. Imaginem, se precisamos de três copos de leite por dia, o que isso pode representar para a nossa saúde! Nesse caso, podemos tomar leite desnatado que possue a mesma composição do leite integral; porém, sem gordura!
  • Gorduras insaturadas: são as gorduras de origem vegetal. São consideradas gorduras boas para a saúde. Óleo de linhaça, azeite, óleos vegetais, abacate, castanhas e nozes são exemplos de gorduras boas. Elas colaboram com o aumento do nosso colesterol bom (HDL). Esse tipo de gordura não deposita-se somente na região da barriga e ainda colaboram com o nosso coração.
  • Gorduras Trans: É uma modificação industrial das gorduras boas transformando-as em gorduras horríveis para a saúde. Além de aumentar a taxa do colesterol ruim (LDL), diminui as taxas do colesterol bom (HDL). Achamos esse tipo de gordura nas bolachas doces, biscoitos salgados, pães doces, sorvetes, gorduras hidrogenadas, chocolates hidrogenados, etc. Sempre precisamos escolher os alimentos que vêm escritos livres de gorduras Trans nas embalagens. Entretanto, lembre-se que apesar do alimento ser livre de gordura trans, não siginifica que pode ser consumido em excesso. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. E também devemos lembrar que esses alimentos estão livres de gorduras Trans apenas na porção indicada na embalagem. Se desejar consumir um pacote de bolacha sozinho, com certeza irá consumir gordura Trans. Segundo a ANVISA, só é obrigatório colocar a quantidade de gordura Trans no rótulo quando essa for maior que 0,2g, ou seja, uma bolacha pode ter menos dessa quantidade, mas em um pacote cheio não !
Respondendo a pergunta inicial, as gorduras não são as vilãs para a nossa saúde e sim as nossas escolhas em relação à elas. Quem está preocupado com a qualidade da alimentação pode introduzir, por exemplo, creme de soja (origem vegetal) ao invés de creme de leite (origem animal) nas preparações. Em calorias não muda muito, mas em qualidade é totalmente diferente. Gorduras boas devem estar presentes todos os dias nas nossas refeições.
Agora aposto que ficou uma pergunta na cabeça do leitor: mas por quê o óleo é considerado uma gordura boa? Pois é, tanto óleo quanto azeite são ótimos para a saúde desde que não sejam aquecidos. Com a temperatura elevada, essas gorduras boas saturam e transformam-se em gorduras ruins maltratando a nossa saúde.
Agora que vocês entenderam a diferença entre os tipos de groduras vamos praticar Saúde. Evitem as gorduras ruins e dêem boas vindas às gorduras boas.
Fonte:  ANutricionista.Com - Cristiane Mara Cedra - CRN3 19470 - Nutricionista em São Paulo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012




A importancia do potássio na sua alimentação






Você sabe por que é importante adicionar alimentos rico em potássio na sua dieta?

Primeiramente, seu coração não irá bater sem  potássio

Em segundo lugar, mesmo que conseguissem  fazê-lo  bater, seus músculos não se movem sem potássio.

Em terceiro lugar, mesmo que você consiga sair do chão, você provavelmente  não terá força para formular  uma frase. Ou  seja a carência  de potássio atrapalha os processos celulares e você enfraquece consideravelmente.

Concorda que o potássio deve fazer parte do seu dia? Certo. Então como escolher os alimentos?

Você tem muitas opções:

1-Nozes!  Comer mais  nozes. Nozes e sementes Sõ extremamente ricos em potássio e tb contem gordura saudáveis para o coração.

2-Se você não for um grande fã de nozes, pode trocar por uma tigela de cereais ricos em potássio, como o farelo de flocos, farelo de trigo ou de gérmen de trigo. Aumente a carga com uma fruta rica em potássio como damasco, figos e bananas.

Frutos secos também contém  são ricos em potássio. Coma uma porção de maçãs secas, cereja, pêssego no intervalo do café da manhã / almoço.
Jogue um punhado de passas em seu cereal, ou mesmo para a sua salada!
Que tal uma grande e suculenta batata assada?
Um pouco de massa com molho de tomate também são ricos em potássio.
Tem alguma  sardinha?....não?  tudo bem mas considere esta opção também.
Acredite ou não, quase uma  em cada cinco pessoas sofrem de deficiência dos níveis de potássio.

Fonte: Blog COMENDO BEM

terça-feira, 23 de outubro de 2012

FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES DA ESTAÇÃO.


Consulte abaixo relação de alimentos que são típicos da atual estação e consumidor em outubro e novembro estão frescos e saudáveis pela própria natureza.

Abacaxi
Banana prata
Caju
Coco verde
Goiaba
Jabuticaba
Jaca
Kiwi
Laranja lima
Laranja pêra
Laranja seleta
Maçã
Mamão
Mamão Formosa
Mamão Hawai
Manga
Melancia
Melão
Nectarina
Nêspera
Pêssego
Uva Niágara

Legumes da estação:
Abobrinha
Beterraba
Tomate
Vagem

Verduras da época
Alcachofra
Alface
Almeirão
Chicória
Espinafre
Rabanete
Repolho
Salsão

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Hortelã. Emagrece e ajuda na digestão




       A hortelã por ter um aroma extremamente agradável é muito apreciada e procurada. É uma erva muito utilizada como tempero em culinária, aromatizante em certos produtos alimentícios, e também na área da saúde e da beleza, com a extração do seu óleo essencial. Algumas vezes, você pode apenas, simplesmente cultivá-la como uma planta ornamental.
        Na área medicinal, além de refrescante, ela funciona como estimulante digestivo, melhora as cólicas menstruais e abdominais, combate o desenvolvimento de vermes no intestino, é diurética e funciona como depurativo (filtra o sangue e limpa o organismo). Também auxilia no sistema respiratório como um todo. Por isso, vale à pena consumi-la em crises de tosse, resfriado, bronquite e asma, devido seu papel expectorante. Funciona como um descongestionante nasal.  O chá feito de hortelã é um ótimo calmante, pois combate o estresse, a depressão e  é também um aliado ao combate da dor de cabeça e insônia. Além disso, sua folha mastigada dá um hálito refrescante a sua boca.
       Na área da saúde e beleza, a hortelã, quando em forma de tônico age na pele dos adolescentes com acne e desencadeia uma excelente melhora ainda da limpeza da pele. Já a combinação da hortelã com frutas vermelhas (framboesa, amora, morangos) ajuda no processo de emagrecimento. Outra opção é bater chá verde com folhas de hortelã. Laranja sem casca, melancia e uvas verdes, potencializa sua ação diurética. Dê preferência à hortelã in natura, pois a desidratada perde muito das propriedades nutricionais.
Para fazer o chá de Hortelã, você precisa de um punhado de folhas de hortelã (a medida certa é quando você consegue fechar a sua mão com as folhas, sem sobrar para fora). Coloque as folhas em um recipiente de despeje nela a água fervente. Tampe e deixe em infusão durante 5 a 10 minutos. Coe e adoce se necessário. Tome ainda quente.
O bom seria criar um hábito diário de consumo de chá de hortelã, pois ele irá gerar um efeito preventivo. Além disso, quando ingerido sem açúcar, não possui nenhum valor calórico. Abuse no consumo de chá, pois só lhe trará benefícios.

Fonte: Blog Venenocorderosa

sábado, 20 de outubro de 2012


Alimentos que evitam queda de cabelo



Quando você vai se pentear e percebe que a escova está ficando cheia de fios, o que fazer? Como não ficar preocupada com a queda de cabelo?
Todos que começam a perceber que embaixo do chuveiro está cheio de cabelos também começa a entrar em pânico. Primeiro a gente pensa que vai cair tudo! Mas há alimentos que ajudam impedir a perda do cabelo. Tudo bem que a questão genética para perda de cabelo influencia, mas uma atenção especial ajuda muito.
Você pode ser, no entanto, ser geneticamente predisposta à perda de cabelo, mas uma atenção especial ajuda muito.
Primeiro, então vamos conhecer alguns alimentos que são bons para nossa cabeça, que vão ajudar a manter o seu couro cabeludo saudável, feliz e, esperançosamente, peludo. Aqui estão alguns alimentos que previnem a perda de cabelo, o que significa que você precisa para estocar:
Peixe, ovos e feijão
O cabelo é composto principalmente por proteína e, portanto, faz sentido passar a comer uma dieta rica em proteínas, se você está tentando manter saudável seu cabelo . No entanto, comer um bife de cada dia não vai ajudar. As dietas ricas em gorduras irá resultar em aumento dos níveis de testosterona, que tem sido associada à perda de cabelo – os bifes não estão entre os alimentos que previnem a perda de cabelo. Atenha-se mais às magras proteínas, como peixes (que tem uma infinidade de benefícios à saúde além da simples manutenção do seu cabelo), frango, vitela, fígado, queijo com baixo teor de gordura, ovos, amêndoa, feijão, iogurte. O leite de soja etofu também são inteligentes para adicionar à sua dieta, porque eles são ricos em proteínas e pobre em gorduras ruins.
Uva Passas
O ferro desempenha um papel fundamental na produção de hemoglobina, a parte do sangue que transporta o oxigênio para o corpo de seus órgãos e tecidos. Quando sua hemoglobina está em um nível saudável, o oxigênio é adequadamente disperso. Isso significa que seu couro cabeludo está recebendo um bom fluxo de sangue, vai estimular e promover o crescimento de cabelo. Adicionando mais ferro para a sua dieta não significa que você vai comer fígado dia sim, dia não, mas quando você estiver experimentando algo doce, lembre-se que os frutos secos (como uva passas) e suco de cereja são embalados com ferro. Ovos, passas, verde escuro, vegetais folhosos, como couve e cereais integrais são ricos em ferro. A vitamina C melhora a absorção de ferro como laranjas, morangos e limões devem estar em sua lista de compras dos alimentos que impedem a perda de cabelo.
Brotos de feijão
Sílica não pode ser uma palavra que você ouve comumente associados com a dieta (ou alimentos que previnem a perda de cabelo). Porém, se você estiver pretendendo promover o crescimento de cabelo ou quer evitar sua queda, a sílica terá de estar em seu menu. O corpo usa sílica para ajudar a absorver vitaminas e minerais, se você não está consumindo sílica, tomar suas vitaminas pode não estar ajudando muito. A sílica pode ser encontrada no broto de feijão e na pele de pepinospimentões vermelhos e verdes, e as batatas. Lembre-se, quando você comer esses alimentos crus você está começando mais o valor nutricional deles.



RECEITINHA DE SUCO DE ALFACE PARA INSÔNIA


O suco de alface é um excelente remédio caseiro para insônia, pois esta hortaliça possui propriedades calmantes que ajudam a relaxar e ter um sono melhor. Para preparar este remédio caseiro são necessários os seguintes ingredientes: 5 folhas de alface, 40 g de salsa e 2 laranjas.
A preparação desse remédio caseiro é muito fácil, basta retirar todo o sumo da laranja com a ajuda de um espremedor e adicionar no liquidificador juntamente com as folhas de alface e de salsa. Após bater bem o suco está pronto para ser bebido. O indivíduo com insônia deve beber até 2 copos desse suco diariamente.
A alface além de ser delicioso, pode ser utilizada em forma de suco e de saladas, ajudando em problemas como a ansiedade, nervosismo e irritabilidade. Inclua a alface na sua alimentação diária e garanta além de um sono tranqüilo, uma melhor qualidade de vida.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012



 Agrotóxicos violam direito humano à alimentação adequada




Há três anos, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dois terços dos alimentos consumidos, diariamente, pelos brasileiros estão contaminados  pelos agrotóxicos, que contribuem para a insegurança alimentar da população e causam danos à saúde e ao meio ambiente.

De acordo com Alan Tygel, membro da Coordenação Nacional da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o agronegócio atua como propulsor no uso de agrogóxicos no país e, ao mesmo tempo, não estimula nem a oferta nem a distribuição de alimentos, pois sua produção é voltada à indústria alimentícia.

Alan vê na agricultura familiar e na agroecologia alternativas para a produção e distribuição de alimentos, e o fim da situação de insegurança alimentar no país. Segundo ele, a campanha contra os agrotóxicos, lançada em 2011, tem, hoje, uma grande adesão em todo o país e apresenta três bandeiras principais: o fim do uso de agrotóxicos já banidos em outros países do mundo; a proibição da pulverização aérea, extremamente danosa; reversão da isenção de impostos destinados ao custeio dos gastos com agrotóxicos para o Sistema Único de Saúde (SUS).


Rede Mobilizadores - Embora as safras agrícolas brasileiras tenham alcançado nos últimos anos patamares produtivos bastante elevados, parcela significativa da população convive diariamente com uma situação de insegurança alimentar. A que se deve este paradoxo?

R.: Em primeiro lugar, é preciso ficar claro que o que se convencionou chamar “safra agrícola” na verdade quer dizer “produção do agronegócio”. Por quê? Se você for olhar como essa safra é calculada, ela, por exemplo, ignora as 24 milhões de toneladas de mandioca que a agricultura familiar produz por ano. A tal safra agrícola vai se concentrar em pouquíssimos itens, como soja, milho, algodão, trigo, arroz e feijão.

Aí alguém pode concluir: tudo bem, então o agronegócio é muito importante porque produz arroz e feijão, certo? Errado! Se pegarmos a comparação entre 2006 e 2011, feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vamos ver que a produção de soja ficou num patamar de 66 milhões de toneladas (25% de crescimento), e o milho, em 52 milhões (15% de aumento), enquanto o arroz chegou a 12 milhões (subiu 6%) e o feijão chegou a 3 milhões (diminuiu 1%). Não custa lembrar que a soja e o milho são produzidos para exportação, mais especificamente para ração animal.

Então, percebemos que não há nenhuma contradição entre recorde da “safra agrícola” e a situação de insegurança alimentar vivida no Brasil. Esse aumento da produção do agronegócio não aumenta a oferta nem a distribuição de alimentos. Principalmente porque o agronegócio tira a comida dos circuitos curtos e joga no furacão do mercado de alimentício.

Um exemplo: imaginem uma comunidade rural, onde vários pequenos agricultores produzem arroz, feijão, mandioca e hortaliças. Além do autoconsumo, vendem e trocam na feira local. Isso é segurança alimentar. Agora passemos um trator e um avião pulverizador por cima desta comunidade, agora transformada num latifúndio, digamos, de produção também de arroz e feijão. Vamos imaginar que todos os antigos moradores estejam empregados na fazenda (mentira, pois o agronegócio gera pouquíssimos empregos por área), produzindo o dobro da quantidade dos grãos. Esses alimentos não vão pra feira local e nem para o autoconsumo de ninguém! Vão para a indústria alimentícia e serão vendidos mais caros a vários quilômetros de distância. As pessoas perdem a autonomia de produção, perdem sua soberania na produção de alimentos e passam a uma situação de insegurança alimentar e nutricional.

 
Rede Mobilizadores - De que forma o uso de agrotóxicos contribui para agravar o quadro de insegurança alimentar no Brasil?

R.: O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) é bem claro ao afirmar, em seu relatório “Os impactos dos agrotóxicos na segurança alimentar e nutricional: contribuições do Consea”, que o uso de agrotóxicos viola o direito humano à alimentação adequada, considerando-se que segurança alimentar não é somente ter alimentos disponíveis, mas sim alimentos de qualidade. Portanto, o uso de agrotóxicos, assim como de sementes transgênicas, e alimentos com alto teor de sal, açúcar e gordura, viola esse direito humano fundamental.


Rede Mobilizadores - De acordo com o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa, em 2010, das amostras de alimentos coletadas em todas as unidades da federação, um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado  por agrotóxicos. Poderia comentar a respeito?

R.: Aqui acho que cabe esclarecer um pouco a metodologia do PARA. Cada amostra*1 coletada aleatoriamente em feiras e mercados pelo Brasil foi analisada para saber a quantidade de resíduos de determinados tipos de agrotóxicos existentes nelas. Após a análise, a amostra podia ter os seguintes resultados: (1) não foram encontrados resíduos; (2) foram encontrados resíduos dentro dos limites permitidos; (3) foram encontrados resíduos acima dos limites permitidos; (4) foram encontrados resíduos de agrotóxicos não autorizados para aquela cultura; ou (5) foram encontrados resíduos de agrotóxicos proibidos no Brasil.

As amostras classificadas nas categorias (1) e (2) foram consideradas regulares, e as demais, irregulares. Daí se chega ao número de um terço de contaminação. Isso por si só já é alarmante. O problema é que o tal do Limite Máximo de Resíduos, que diferencia os resultados (2) e (3), é um conceito altamente questionável. Esses limites são calculados em sua maioria pela própria indústria, e não há nada que garanta que o acúmulo de pequenas doses não cause doenças crônicas a longo prazo. O filme “O veneno nosso de cada dia”, da Marie-Monique Robin, mostra isso muito bem. Então, na verdade, dois terços dos alimentos estão nas categorias (2) a (5). Em apenas um terço dos alimentos não foram encontrados resíduos de venenos. Achou ruim?

Pois bem, como mencionei no início, a pesquisa procurou apenas por alguns tipos de agrotóxicos em algumas culturas. Só pra dar um exemplo, o agrotóxico glifosato, e a cultura da soja, os dois campeões de utilização no país, não entraram no estudo. Para ver o estudo em detalhes, acessehttp://www.coepbrasil.org.br/portal/Publico/apresentarArquivo.aspx?ID=151e6e29-cd22-4736-bf5c-4467c75012ba


Rede Mobilizadores - Neste sentido, pode-se considerar um contrassenso estimular o consumo de hortaliças, frutas e legumes para melhorar a segurança alimentar da população, tendo em vista o risco potencial de estarem contaminados por agrotóxicos?

R.: De jeito nenhum! Em nenhum momento podemos dizer que o consumo de frutas, verduras e legumes é perigoso. Até porque, essa impressão de que alimentos in natura são mais contaminados pelos agrotóxicos é mentira. Os alimentos processados também apresentam alto teor de contaminação, pois o processamento não reduz a quantidade de agrotóxicos.

No caso da soja, que recebe metade do total de agrotóxicos aplicado nas plantações brasileiras, o veneno vai ser encontrado no leite de soja e em todos os derivados. O trigo do macarrão e da pizza também está contaminado.

A batalha tem que se dar nas duas frentes: aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras, já que a praga dos enlatados e industrializados infesta cada vez nossa alimentação, e ao mesmo tempo lutar por um outro modelo de produção, que produza alimentos saudáveis para o agricultor, o meio ambiente e o consumidor.

Quando a pesquisa que constatou agrotóxicos no leite materno no Mato Grosso foi divulgada, houve muita pressão, porque a campanha pela amamentação também é uma das grandes estratégias de saúde pública hoje no Brasil. Nós sabemos da importância do aleitamento, mas isso não pode impedir que uma pesquisa importante como essa seja divulgada.

O objetivo não é que as mães parem de amamentar, ou que as pessoas parem de comer, mas é sim criar um clima na sociedade que permita avançarmos na proibição de agrotóxicos banidos em outros países do mundo, na proibição da pulverização aérea, e, principalmente, nas políticas públicas de incentivo à produção agroecológica.


Rede Mobilizadores - Que lugar o Brasil ocupa em termos de consumo de agrotóxicos? Por que o uso destas substâncias é tão disseminado no país? Qual a relação entre o uso de agrotóxicos, monoculturas intensivas e grandes propriedades?

R.: Infelizmente, nosso país vem ocupando há três anos o posto de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Mas é preciso voltar um pouco no tempo para entender como isso foi acontecer, e, mais ainda, como isso nos afeta hoje.

Os agrotóxicos foram introduzidos no Brasil na década de 1960, durante a chamada Revolução Verde*1. Prometia-se aumento de produtividade e diminuição do trabalho com o uso de agrotóxicos, fertilizantes e maquinário pesado, e o estado apostou nesse modelo. Dessa forma, foi grande o incentivo ao uso, registro e produção de agrotóxicos no país.

Mas o grande boom mesmo se deu na década passada, quando chegamos, em 2008, aos 7 bilhões de dólares em vendas. Nesse ponto, é bom fazermos uma divisão entre o uso dos agrotóxicos na agricultura familiar e no agronegócio.

O aumento do uso de agrotóxicos na agricultura familiar se deu principalmente por conta das políticas de incentivo, como, por exemplo, aquelas que atrelam o recebimento do crédito do agricultor ao uso de venenos. O problema é que isso, entre outras coisas, vai aos poucos apagando uma história de 10.000 anos de agricultura familiar sem uso agrotóxicos! Então, hoje os agricultores se lembram vagamente das técnicas que seus avós utilizavam décadas atrás para plantar sem uso de venenos. E a humanidade vai perdendo estes conhecimentos. Ainda assim, vale a pena destacar que apenas 20% das pequenas propriedades usam agrotóxicos.

Agora, o uso no agronegócio é bem diferente. Ele segue a lógica capitalista de maximização da exploração dos bens da natureza, a qualquer custo, obtendo a maior produtividade possível em menor espaço de tempo. Depois de explorar intensivamente as terras, se move para outro lugar e deixa a herança maldita, o rastro de destruição e contaminação nos territórios, de pobreza. Várias empresas do agronegócio estão se mudando do Nordeste brasileiro para a África, pois envenenaram tanto as terras que, atualmente, elas já não produzem mais. E o mais triste ainda é que essas terras vão ficando para a reforma agrária.

 
Rede Mobilizadores - Quais os riscos da ingestão de transgênicos?

R.: A questão dos transgênicos é bastante complexa, e os riscos vão além apenas da saúde humana. Neste momento, está ocorrendo uma batalha no mundo científico justamente sobre os riscos da ingestão de transgênicos. Pela primeira vez, um estudo científico de longo prazo conseguiu comprovar os danos à saúde causados pela ingestão de transgênicos. Ratos alimentados com transgênicos e agrotóxicos adoeceram mais cedo e desenvolveram mais tumores do que aqueles com alimentação saudável. Imediatamente, a rede de pesquisadores a serviço da indústria se armou até os dentes para questionar o estudo e desqualificá-lo.

Este episódio mostra que a questão dos transgênicos está muito mais relacionada aos interesses econômicos do que ao aumento de produtividade ou diminuição do uso de agrotóxicos, como eles dizem.

Sempre gosto de deixar claro que a transgenia em si não é um problema. Ela se torna um problema quando é utilizada sem obedecer ao princípio da precaução. O estudo revela que, por princípio, o transgênico é perigoso, e por isso devem ser feitos estudos extensivos para garantir que ele não vá ter efeitos ruins sobre o meio ambiente e sobre a saúde de quem o comer.

Quando pensamos num modelo agroecológico, por exemplo, consideramos que o ambiente integra agricultura, ser humano, floresta, água, bichos – o chamado agroecossistema – e precisa estar sempre em equilíbrio. Quando introduzimos um elemento estranho nesse agroecossistema, como é o caso dos transgênicos, as consequências precisam ser muito bem estudadas.

Os transgênicos podem, por exemplo, fazer polinização cruzada com espécies crioulas, e destruir milênios de história de preservação e melhoramento de sementes, como foi o caso do México, em Oaxaca. Esse e vários outros casos estão bem documentados no filme e livro “O mundo segundo a Monsanto”, de Marie-Monique Robin, fundamental para entender bem a questão dos transgênicos.

Mas, o mais cruel de tudo é a perda da autonomia do agricultor. O sujeito que antes era dono de todos os meios de produção: terra, água, sementes e adubo, aos poucos vai perdendo tudo e ficando dependente das empresas. Fica apenas com a sua força de trabalho. As sementes transgênicas não podem ser reproduzidas pelos agricultores, e sobre a produção há a cobrança de royalties, cerca de 2% da produção.

E não custa lembrar que as empresas de agrotóxicos estão comprando, a cada dia, mais empresas de sementes, para vender o pacote completo: semente e veneno. Algumas vão ainda além, como a Bayer, que além de semente e veneno, vende o remédio no fim das contas pra curar sua doença.


Rede Mobilizadores - E quanto à contaminação da água destinada ao consumo humano? Os sistemas de abastecimento de água são avaliados quanto à contaminação por agrotóxicos?

R.: Este é outro problema sério. Muitos dos agrotóxicos usados hoje simplesmente não são possíveis de serem detectados na água. Seja porque não possuem reagentes, ou porque suas moléculas se transformam no contato com a água, ou com a luz, às vezes ficando mais tóxicos, e não há formas de serem detectados.

Mas vamos pelo começo: no Brasil, existe a Portaria 518, do Ministério da Saúde, publicada em 2004. Ela estabelece um limite máximo de resíduo para 22 tipos de agrotóxicos (sendo que existem mais de 500 registrados no país!). Pois bem, o fato é que essa coisa de limite máximo de resíduo é muito duvidosa, como já disse antes. Esses limites são calculados como uma fração da dose letal para ratos. Portanto, nenhum efeito de longo prazo é avaliado, é como se dissessem que “não tem problema beber agrotóxico até certo limite”, o que me parece muito estranho e perigoso.

Mesmo assim, essa portaria simplesmente “não pegou”. Não temos notícia de nenhum município que a implemente, porque são poucos os laboratórios que fazem este estudo, que é muito caro. Além disso, a indústria vem fazendo lobby para aumentar os limites do glifosato, o veneno mais usado no Brasil.

Já existem estudos que indicam a presença de agrotóxicos nos aquíferos Guarani*3 e Jandira*4. No Ceará, uma pesquisa verificou mais de 12 tipos de agrotóxicos em caixas d'água na região da chapada do Apodi, onde aviões pulverizam veneno cotidianamente nas plantações de frutas.


Rede Mobilizadores - Qual a alternativa para reduzir os impactos dos agrotóxicos sobre a segurança alimentar e saúde humana?

R.: Quanto a isso, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida tem uma posição bem clara. Defendemos a agroecologia como único modelo de produção agrícola capaz de oferecer alimentos saudáveis para todos – agricultores, consumidores e meio ambiente – e em grande quantidade. Portanto, acreditamos, lutamos e, sobretudo, construímos o caminho para uma sociedade livre de transgênicos e agrotóxicos, bem como livre da exploração do trabalho dos agricultores, da opressão de gênero e de outras opressões que são reproduzidas pelo modelo de agricultura da Revolução Verde.

Na agroecologia, juntamos os saberes tradicionais dos agricultores com a pesquisa científica da academia para produzir alimentos de forma integrada à natureza, e não apesar dela, como é feito no modelo convencional.

Explica-se: o modelo de agricultura convencional desmata uma área, deixa o solo “limpo” e depois planta uma grande área com o mesmo cultivo – a monocultura. Com isso, destrói -se o ecossistema que havia ali e cria-se algo artificial. Nesse ambiente desequilibrado, insetos, fungos ou outras plantas podem encontrar condições apropriadas para se proliferar de forma desordenada, e é aí que entra a necessidade do uso dos agrotóxicos. O solo descoberto também vai perdendo sua vida, e para isso precisa cada vez mais de fertilizantes. É uma luta contra a natureza e sua biodiversidade.

Na agroecologia, o principal é o respeito à vida já existente. Usam-se os policultivos, as agroflorestas, e o solo fica sempre coberto para se manter úmido e com vida. Da mesma forma como funciona a natureza. Mas a agroecologia não para por aí.

Nesse modelo, as relações de trabalho também são consideradas. O trabalho é baseado na horizontalidade e na posse da terra por quem de fato trabalha nela. A comercialização também deve ser feita nos circuitos curtos, evitando que os alimentos precisem percorrer longas distâncias, e, para isso, necessitem de mais venenos para ser conservados, bem como de gastos com combustíveis.

E hoje já temos casos suficientes para afirmar que o modelo agroecológico é de fato capaz de produzir alimentos para o mundo. E se a Organização das Nações Unidas (ONU) considera que ainda temos 1 bilhão de pessoas no mundo em situação de insegurança alimentar, apesar de uma produção agrícola enorme, certamente não é por falta de alimentos que essas pessoas têm fome.

Por isso, defendemos a agricultura familiar e a agroecologia como solução para produção e distribuição de alimentos, para que não haja mais seres humanos em situação de insegurança alimentar.


Rede Mobilizadores - Quando foi lançada a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela vida? Como está sendo articulada?

R.: Em geral, quando falamos do tema dos agrotóxicos e citamos todos esses dados que mostram o tamanho do problema hoje no Brasil, as pessoas ficam bastante assustadas, sem saber o que fazer. Realmente, é uma sensação de impotência saber que estamos sendo envenenados desta forma, ao custo do lucro de algumas empresas, e que não existem grandes perspectivas de mudar isso em pouco tempo.

Pois bem, nesse sentido, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida vem trazer um canal de concentração dos nossos esforços nessa luta. A Campanha foi lançada em abril de 2011, no Dia Mundial da Saúde, mas obviamente que desde que existe agrotóxico existe luta contra eles.

A diferença agora é que temos uma frente de luta unificada. Temos muitas entidades nesta frente, que vão desde os movimentos sociais do campo até os da cidade, sindicatos rurais e urbanos, universidades, centros de pesquisa, organizações da sociedade civil, movimento estudantil, partidos políticos, enfim, uma representação enorme do povo brasileiro organizado está construindo conosco essa luta no país. Já são mais de 30 comitês em quase todos os estados, que promovem ações locais de denúncia do modelo atual de produção, mas também de anúncio de que é possível um outro jeito de produzir e de viver, baseado na agroecologia.

Apesar de enfrentarmos um lobby poderoso, principalmente da bancada ruralista e das empresas que lucram com essa indústria da morte, já tivemos grandes avanços dentro do Poder Legislativo, como, por exemplo, o relatório da Subcomissão Especial sobre o Uso dos Agrotóxicos e suas Consequências à Saúde. Nele, ficaram explícitas várias denúncias, e conclui-se que existem fortes conexões entre uso de agrotóxicos e o aparecimento de doenças graves, coisa que, por incrível que pareça, a indústria ainda questiona.

Outro avanço importante que tivemos em 2012 foi o estreitamento da relação com a academia através de um dossiê coordenado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Em seus três volumes (o terceiro ainda será lançado), o dossiê traz um farto material de pesquisa científica que pretende pôr fim, de uma vez por todas, aos questionamentos sobre os problemas causados pelos agrotóxicos. Uma série de pesquisas foi compilada, e o resultado é muito consistente e inquestionável. Para acessar o dossiê, clique aqui.

Apesar de termos um leque imenso de reivindicações, hoje concentramos nossos esforços em três direções que consideramos prioritárias. A primeira delas é o fim da utilização dos agrotóxicos já banidos em outros países do mundo. Hoje, no Brasil, utilizamos 14 tipos de venenos que países como Estados Unidos, Canadá, China, Índia, e os países da União Européia já proibiram. Então, nossa meta é pressionar os órgão responsáveis pelo registro de agrotóxicos no Brasil – Anvisa, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério da Agricultura – para banir aos menos esses venenos do nosso país. Porque não tem o menor cabimento sermos a lixeira tóxica do planeta, pra onde são jogados os agrotóxicos que o resto do mundo já proibiu por terem comprovado seus danos à saúde. Estamos coletando assinaturas para aumentar a pressão para essa proibição. As instruções estão no site da Campanha: http://www.contraosagrotoxicos.org/, junto com outros materiais citados aqui.

Além disso, temos também a questão da proibição da pulverização aérea. Essa forma de aplicação é umas das mais danosas, porque ela tem o potencial de contaminar comunidades inteiras, leitos de água, enfim, causar danos em extensões enormes. Falamos isso sempre lembrando do caso da chuva de agrotóxicos em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Um avião pulverizador que jogava o herbicida Paraquate na soja fez a volta por cima da cidade, e, no dia seguinte, todas as plantas amanheceram mortas. E o problema foi além: nesta cidade, estudos comprovaram a presença de agrotóxico na água utilizada para beber, inclusive na caixa d'água das escolas, na água da chuva, e o mais chocante foi a descoberta de agrotóxico no leite materno. O mais triste é que a cidade, sendo uma das maiores produtoras de soja do país, tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) altíssimo. Aí vem outra contradição do agronegócio: o dinheiro trazido pelo agronegócio pode até alavancar indicadores como o IDH, através da construção de escolas, acesso à saúde, saneamento. Mas o veneno que corre silenciosamente pelos rios e pelos canos pode gerar epidemias de doenças crônicas em pouco tempo.

Finalmente, a nossa terceira bandeira de luta tem sido a reversão da isenção de impostos destinados ao custeio dos gastos com agrotóxicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Descobrimos que, por um convênio assinado em 1997, os agrotóxicos têm por padrão uma isenção de 60% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Alguns estados, como o Ceará, ainda acharam isso pouco, e concedem 100%. Enquanto isso, gasta-se US$1,28 com tratamento de intoxicações agudas para cada US$1 gasto em agrotóxicos. Considerando o nosso mercado de cerca de US$7 bilhões por ano, temos um gasto enorme na saúde por causa dos agrotóxicos. Isso numa perspectiva monetarista, sem contar o pior lado, que são as vidas das pessoas.

Para terminar, gostaria de deixar claro que esta luta é de todos nós. Seja o trabalhador e a trabalhadora do campo, seja o trabalhador e a trabalhadora da cidade, contribuir para o banimento dos agrotóxicos e para a construção de uma agricultura de base agroecológica é um dever de todos os cidadão e cidadãs que prezam pela saúde do nosso planeta e das futuras gerações, e que principalmente colocam a vida sempre acima do lucro.


*1Entre as amostragens analisadas, os alimentos contaminados com uma frequência maior foram: pimentão (80,0%); uva (56,40%); pepino (54,80%); morango (50,80%); couve (44,20%); abacaxi (44,10%); mamão (38,80%); alface (38,40%); tomate (32,60%); beterraba (32,00%).
*2 A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em Washington, EUA. O programa surgiu com o objetivo de aumentar a produção agrícola através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo e utilização de máquinas no campo que aumentassem a produtividade.  O plantio de sementes modificadas e desenvolvidas em laboratórios, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes e implementos agrícolas e máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola.
*3 Aquífero Guarani - é o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo. Estende-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
*4 Aquífero Jandira - manancial de águas subterrâneas situado na divisa entre os estados do  Rio Grande do Norte e do Ceará. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), o aqüífero é muito importante para a produção de alimentos em Mossoró e região.

Entrevista do Eixo Erradicação da Miséria
Concedida à: Renata Olivieri
Editada por: Eliane Araujo